quarta-feira, 10 de julho de 2013

Rica algaravia do tempo


Rica algaravia do tempo

 

Sussurro de ventos

Sobrado de cores. Baú cortejado

Bugigangas no que te faz feliz

Casa antes habitada. Livro da memória

Páginas de todos os meus dias

Esse telhado ainda resiste íntegro

Resiste ainda em seus caibros e barrotes

Espinha dorsal desse tempo que sustentava forte

Ausente de telhas que se partiram aos ventos

Eis que a candeia se apaga

Esfuma-se à distância casa do pão e vinho

Naufraga o tempo em velozes águas de esforço legítimo

O mastro partido. Os vinhedos esquecidos

Distante lembrança. Morrida. Descansa na saudade.

– Minhas confiscadas cores.

 
(de Meus Poemas-amália Grimaldi)