sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Feriado de fato




Eis-me aqui outra vez




Nesta manhã de porta fechadas




Cheia de algo mais




São estas calçadas vazias




Ausente de pisares




Escuto melodias




Suas sacadas de ferro fundido




Música de suas bigornas




Escondida nos meus versos




O fado de ontem




O fado de hoje?




Não faz mal




Alegra-me de fato o feriado




De voltar a pisar




Estas pedras cantadas




Deste solo português.








(Amália Grimaldi, Lisboa julho 2011)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mortas e Belas



É manhã à varanda



Cai a folha gigante



São muitas delas



Devagar plainam no ar



Antes de tocarem ao chão



Seus sopros de vida



As folhas são rubras



Amareladas outras



Pois assim se apresentam



Já mortas e belas. Como



As meninas de Velasquez



Nas sombras de Caravaggio.



(Amália Grimaldi)