sábado, 2 de julho de 2011

Tarde lisboeta

Morrem as sombras da tarde
Lânguia luz aceno ao descanso
A parede sinto-a ainda morna
Suas cores de pêssego maduro
Ao voo raso faz seu reconhecimento
A ave. Outras mais estarão
À procura de pouso seguro
Ao acalanto da noite descente
Escombros do que era belo
Ainda conservam-se dignos
A casa das aves desgarradas
Em meio a avenida barulhenta
Onde torres de antigamente
Abrigavam seus fidalgos soberbos
Ao regresso de além-mar
Morrem as sombras dessa tarde
À luz do que era antes
Tardes atrazadas à espera
De acenos por acalentar-se
À luz do que era antes.

Amália Grimaldi

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