A raça e a pitanga
O mogno e o vidro
E
a coroa de Ciro.
E,
do vil contemporâneo,
Essa
grande colina erodida:
A
descrença do homem.
E,
do caído, a fadiga;
O
não Ser. O espaço vazio.
Da
acácia, as cinzas,
O
pó, levará o vento.
Mas,
a luz, é quem definirá
A
sombra e, o contorno do volume.
A
prisão do tempo não tem saída;
Tem
calendários. Rosas de ventos...
Caros
instantes. Raros caminhos claros.
Uma despensa escura
E suas prateleiras incertas;
Seus dias. Meus dias. Cansados
dias.
Quem ditaria regras?
Não. Não mais haveria discussão,
Entre o tempo e o fermento,
E o sucesso da massa crescida.
Valor de esperas atrasadas
E, o juízo moral. Razão na
emoção...
Sublimação temperada.
Insatisfação consagrada.
O cálice, a mulher
E o touro.
Da palavra inútil,
Melhor o silêncio, ou
Um resquício de vergonha.
A dosar engano na guia,
Mão exagerada
Ou, bastar-se a si próprio?
Do azedado vinho,
Tardia aquiescência;
Concepção. Percepção.
Princípio aglutinador.
Salada
mista de padeiro galego.
A
torre e o fidalgo
E
o quarto aposento.
Degredo.
Segredo.
Pisos
magnânimos,
Ídolos
esculpidos...
Pouca
água. Fala à toa.
O
óleo secou de vez,
E,
a lamparina,
Há
muito se apagou.
Ser o crente perfeito.
O sentido da Terra faz
Usos e cultos...
O mestre e o aprendiz.
Iniciante discípulo
Almejar melhor destino.
Homens suados carregam seus fardos.
Estão surdos.
Não escutam canções de outros.
E suas línguas, tão espinhosas,
São que nem urtigas.
Queimam a pele da própria agonia:
...Não... Marrano não sou eu...
O
velho muro
E
a verde gosma.
Do
tempo, seus musgos,
Nem
sempre aclamados.
Do
barro a alma,
A
fama não salva.
O
Éter. O Planeta,
Obra
por concluir.
Assisto
o retorno do caracol.
Axioma
inicial.
Abóbora
gigante.
Razão
do conflito.
A
corte no banquete,
Meu
mundo.
Amplitude
de esfomeados fartos.
No
almoço do cristão galego,
Cordeiro
não seria imolado,
Mas
aquela sua faca, era bem amolada,
e
o peru, então, seria assim degolado.
Europa,
Ásia e África...
Povos
do Oriente,
Ciganos
passantes. Judeus mascates.
Seda
persa de outrora.
Ah,
e os vizinhos libaneses,
Lhes
chamavam de turcos...
A
Casa da Torre,
Visão
fugidia. Passadiço de agonias.
Rostos
de papel sorriem para mim.
Retorno ao altar comum.
Brancas
são as bênçãos de Oxalá.
As
douradas são de Oxum.
Aos
fieis de São Lázaro,
Pipocas
alvas lhes são ofertadas
(ainda
aguardo o meu quinhão...!).
Mas,
aos domingos,
A
cumprir alheia devoção
Moeda
na mão. Coração aberto.
No
aspergir de águas bentas:
Alegria
de padre galego.
...Branco
cavalo de Espanha...
Seu
arreio é de prata.
Meu
tamanco é de pau.
É
de meia pataca.
Senhor
do Bomfim é meu pai.
Estrela
guia me acompanha.
–
Oxalá é o maior!
Regresso
à casa do tempo.
Abro
janelas de satisfação.
Estou
onde sempre estive.
Ancorado
ao mar de dunas alvas,
Logo
adiante, seu glorioso contorno:
A
Casa do Navio!
Para
sempre afundado
Na
sina do vertical moderno.
–
Resiste na minha lembrança.
Cospe
o mar ao vento o sal.
A
vidraça embaçada.
Amaralina...
Estropiada,
E
minha alma, enganada.
Volto
à casa desse tempo,
De
largas varandas...
Oh,
tardes salgadas...!
Suadas
de nostalgias.
Cio
de mulher...
Um
cheiro bom de sargaço
Invade
meu ar. Me faz plena.
Desses
meus dias,
O
vento e a canção do mar,
E
a fala desse seu canto longe,
Prazer
de águas... Lágrimas de sal.
Ladainha
desassossegada.
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